Nesta semana, em uma entrevista de René Simões, algo falado pelo treinador me chamou atenção. Ele comentou as alfinetadas do presidente Marcelo Guimarães Filho no twitter logo após o empate no jogo contra o Vasco. Disse que o presidente ligou para ele logo após a grande repercussão dos seus tweets, e que reafirmou mais uma vez a confiança no trabalho desempenhado por ele até agora.O treinador, por sua vez, disse que nunca teve tanta liberdade em um clube de futebol como está tendo agora, com reuniões semanais com o próprio presidente, Thiago Cintra, Paulo Angioni e Marcelo Guimarães pai. Percebeu algo estranho nos nomes dos participantes das reuniões? Pois é, eu também.
Está mais do que claro que o Bahia hoje é de uma família. O pai do presidente se porta nos microfones e nas reuniões como um dirigente do clube. Com voz ativa e poder de decisão, Marcelo Guimarães pai é sempre visto em negociações que envolvem o clube. Foi assim na tentativa de levar Paulo Carneiro ao Fazendão, na negociação de Renato Gaúcho, Paulo Angioni, René Simões e tantas outras. O "ex-presidente" do Bahia não perde um jogo do clube em Pituaçú, e fica nas tribunas junto ao seu filho e outros membros da diretoria.
Agora eu me pergunto e lhe pergunto: O que é que um ex-presidente do clube, que tem seus negócios e que tem uma grande reprovação da torcida ainda se mete nas coisas do clube? Acredito sim, que o atual presidente coloque em prática suas idéias e também tome as suas decisões, mas muitas dessas são influenciadas por seu pai.
O mais trágico, triste, revoltante, ou seja lá que adjetivo negativo vocês queiram dar, é ver treinadores saindo do clube e agradecendo a ajuda de Marcelo pai. O que este senhor ainda quer dentro do nosso clube? Ainda não desencarnou do poder? Será que ele ainda pretende voltar à presidência? O fato é que nosso clube não é profissionalizado como muitos pensam, e sim um clube que hoje, de fato, tem como seus "donos", uma família. Triste realidade.
Twitter: @PauloMoraes85
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