quinta-feira, 16 de junho de 2011

Divisão de base: valorizamos de verdade?

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Atacante Rafael, ECBAHIAAo ler algumas notícias, ainda no mês de maio, no site português de futebol chamado “zerozero”, me deparo com uma notícia no mínimo curiosa. Luís Alberto, volante, ex-Bahia, está prestes a se transferir para o Porto. Isto mesmo. O jogador hoje atua no Nacional da Ilha da Madeira. E por que compartilhar esta notícia com vocês? É simples. Para termos noção da falta de critério com que nós torcedores, e também a imprensa, avaliamos nossas pratas da casa.

Luis Alberto nunca foi um jogador extraordinário, longe disso, mas sempre foi um bom volante. Muitas vezes era inconseqüente em campo, o que lhe ocasionava muitas expulsões, mas qualidade ele demonstrava. O que faltava era maturidade. O jogador sempre foi muito questionado por torcedores e imprensa, e já foi vaiado várias vezes na Fonte Nova. Cícero, foi outro exemplo de impaciência e de desvalorização dos meninos da base, por parte de torcedores e imprensa.

Fazendo uma comparação com o cenário atual, dou como exemplo Omar e Rafael. O primeiro, fez bons jogos na Série B do ano passado, sempre que era solicitado. Ao ver Thiago falhar diversas vezes no Campeonato Baiano, a torcida gritava nas arquibancadas de Pituaçú o nome do garoto. Logo vieram as primeiras falhas e com elas os questionamentos. Choveram críticas ao jovem goleiro, e na primeira oportunidade que tiveram, tiraram a titularidade dele. Já Rafael, visto com muito bons olhos no Sul/Sudeste pela imprensa, depois da Copa São Paulo que fez, já teve a sua vez de ouvir críticas a seu respeito. Coisas do tipo: “Não é atacante para o Bahia!” e “A camisa do profissional pesou!”. Agora eu pergunto: São justas as críticas a esses jogadores? A torcida do Bahia, juntamente com a imprensa tem tido mais paciência com jogadores trazidos de fora, do que com os da base? Eu acho que as críticas são injustas, e que se têm mais paciências com jovens refugos vindos de times do Sudeste, do que com nossas crias.

Não é fácil para uma torcida acostumada a vencer, ficar nove anos sem títulos, e ter a paciência de outrora. Mas em se tratando de jogadores formados no clube, a torcida tem que reservar uma cota dessa paciência. A safra que vem por aí, segunda coloca na Copa São Paulo, já mostrou que tem qualidade, e que muitos poderão vestir a camisa de titular do time. E o meu receio é de que, se avaliem esses jogadores no futuro, de forma açodada. Concordo que não se pode colocá-los em qualquer situação, porém arriscar é preciso. Isto se quisermos revelar, ganhar títulos e obtermos lucro com esses garotos.

Por: Paulo Vitor Moraes ( Visite também Bastidores do Futebol)

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