A central de boatos do Bahia já lançou: Grafite, Marcos Assunção, Deco, Adriano M.J., Moraes, Fernandão e vários outros, e agora por último, o argentino Cavenaghi, encostado no Internacional de Porto Alegre e colocado em disponibilidade para o mercado. E os únicos jogadores de qualidade que trouxe de fato foram Jóbson e o Ricardinho anunciado no dia de ontem (Jóbson, apesar dos riscos que envolvem este nome... mas em campo está jogando bem, mesmo estando fora de forma) e o surrupiado atacante Nikão, colhido nas prateiras do Esporte Clube Vitória.
Cobrar contratações de fato, também é papel da torcida, que está vivendo de ilusões turbinadas com vitamina A e B, de boatos.
Todos perceberam que o time do Bahia caiu de produção no segundo tempo e condenaram o técnico, mas cabe a pergunta: quem Renê deveria colocar no lugar do extenuado Lulinha? Ávine estava mal. Quem o treinador poderia colocar no lugar dele e que trouxesse alguma qualidade para o time?
Os nossos volantes titulares são eficientes na marcação ao mesmo tempo em que possuem boa qualidade de passe e auxiliam o ataque? Afinal, estas são as características dos volantes modernos. E os seus reservas, apresentam estas características? Se Jóbson pegar um gancho, alguém está seguro que João Neto ou Nikão suprirá a sua ausência à altura?
Não vou comentar sobre o zagueiro Thiego e as falhas nas bolas aéreas de Tite... Alguns dizem: "perdemos nos detalhes!" O problema é que na primeira divisão, todos os jogos são contra grandes times, são verdadeiros clássicos e os clássicos, todos sabemos que são decididos nos detalhes. “O diabo mora no detalhe!”
Precisamos, acima de tudo, de um jogador de criação no meio de campo. De preferência que tenha a capacidade de lançar à longa distância para explorar a velocidade de Jóbson e que, de preferência, saiba bater faltas para aproveitar a boa estatura de Souza e o seu oportunismo. Será que a contratação de Ricardinho vai resolver essa questão especifica, quanto tempo estará em plenas condições físicas para atuar pelo Bahia? Lulinha não possui estas características, ele conduz a bola nos pés, o que reduz a velocidade dos contra-ataques. Lulinha pode ser mais útil com a camisa 8 ou substituindo Jóbson no segundo tempo.
Assistindo aos melhores momentos da partida contra o América e contando o número de lances de gol , pode-se constatar que o resultado foi justo.
Hoje é dia 24 de maio de 2011 e os jogadores ainda estão dando sinais de estarem fora de forma. Não estou falando dos recém-contratados, falo daqueles que estão no Bahia desde o início do ano. Quanto tempo será preciso para termos, ao menos, um time de atletas profissionais?
No momento, o torcedor só encontra perguntas sem respostas sinceras. Encontra outras respostas que não apontam as soluções ou que tentam fincar raízes no terreno etéreo do misticismo. Por exemplo: falam na tradição da camisa (apesar do Bahia de Feira e o Atlético-PR terem demonstrado que nos dias atuais isto pesa pouco); ameaçam transformar Pituaçu em um alçapão (mesmo sabendo que times grandes e jogadores consagrados não costumam se inibir com o ambiente em volta do campo de jogo); alguns mais esotéricos chamam a atenção para as más energias emanadas dos torcedores descontentes ou desconfiadas... Como não estamos disputando um “campeonato de fé em Deus”, vamos aos fatos:
Estamos participando de um campeonato de pontos corridos com os melhores times do Brasil.
Campeonato com este formato e nível, que se extenderá até dezembro, exige um bom grupo de jogadores. Coisa que não temos, haja vista que na estréia já improvisamos na lateral e não promovemos substituições por falta de peças de qualidade.
Sentados nas arquibancadas devemos ser otimistas (a nossa torcida tradicionalmente espera até os últimos minutos do jogo, sempre aguardando uma reação do time. Mas, quais as bases deste comportamento? Ele está lastreado na nossa história, já que muitas conquistas foram seladas nos últimos minutos das partidas).
Mas o nosso clube não realizou um bom planejamento na virada e início do ano. Sendo assim, mesmo o campeonato já tendo iniciado, ainda estamos em fase de formação do grupo de jogadores. Ou seja, estamos ainda em fase de planejamento, e nesta fase é imprescindível pensarmos sempre no pior, pois se tudo correr bem, nós iremos alcançar os nossos objetivos, mas se o pior ocorrer teremos sempre um plano alternativo que nos levará de volta aos trilhos, ou seja, não seremos pegos completamente de surpresa e poderemos superar as adversidades. Não devemos confundir esta situação com pessimismo. Pessimismo quando fazemos tudo perfeito (dentro do possível) e ainda estarmos acreditando no fracasso. Haveremos de convir que este não é o caso do Bahia..
Resumindo, é tão importante o apoio da torcida no estádio quanto é importante a cobrança da qualificação deste grupo com jogadores que venham para ser titulares ou que sejam reservas com qualidade próxima à dos titulares para não passarmos mais uma vez pelo que presenciamos domingo, quando jogadores cansados não foram substituídos por não termos peças de reposição para tal. E chega de boatos, queremos saber de jogadores desembarcando em Salvador e não de quimeras ou ilusões, pois a torcida merece ser tratada com respeito e não ser movida por falsas notícias.
Ramon Santos ( Colaborador do BLOG)
Nikão acaba de assinar rescisão com o Vitória
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