Foi e tem sido uma semana difícil. Ao mesmo tempo, cheia de esperança. Após a primeira batalha da final da Copa do Brasil, esses dois sentimentos permeiam a minha mente e a de quase todos os rubro-negros. Será assim até que chegue a decisão, dia 4 de agosto, em nosso santuário. É no Estádio Manoel Barradas e sua mística que depositamos nossa maior razão para ter fé na conquista do título da Copa do Brasil pelo Vitória.
À luz da razão, o favoritismo do Santos aumentou após o triunfo do primeiro jogo. Os paulistas tem um time mais qualificado tecnicamente, com melhores peças de reposição e estão cheios de confiança. Não sou menos Vitória por admitir essa verdade. A vantagem obtida no jogo de ida é significativa. O fato de não terem levado gol em casa é crucial. Um gol deles em Salvador nos obriga a fazer quatro para sermos campeões. Além disso, ao contrário de nós, jogarão sem desfalques. É, quase tudo está favorável ao Santos.
Mas algo me diz que o “quase certo” não é tão certo assim. Aqueles que nunca presenciaram a força do Barradão, maior centroavante da história rubro-negra, talvez nos considerem loucos por ainda acreditarmos no título. Julgam-nos fanáticos cegos, insanos ou masoquistas. Mas nós, Vitória de coração, sabemos da força que emana daquele cimento sagrado. E sabem como reverbera o grito da massa ensandecida que faz os jogadores tirarem forças de onde não mais tem.
Quantas não foram as viradas impossíveis, vitórias improváveis, provas e mais provas de superação que tiveram como cenário o chão rubro-negro? Foi lá que começamos a alterar nossa história: de time ridicularizado a clube respeitado. Antes do Barradão, por exemplo, jamais o Leão havia derrotado equipes como São Paulo, Internacional ou Cruzeiro em jogos oficiais. Na era pré-Manoel Barradas, a hegemonia estadual era do representante baiano da segundona, aquele que hoje é o nosso freguês predileto.
Essas não são palavras ufanistas, sem razão e com o objetivo de dar um alento para quem perdeu a fé no título. Falo com base no que já presenciei nesses 19 anos que frequento minha segunda casa. Acredito, sim, na virada e em nossa conquista. Espero que os guerreiros que estarão em campo tenham também esse pensamento. E quem for ao estádio ver a história ser escrita também tenha esse espírito vencedor. Eu estarei lá.
José Raimundo Silveira Militar, jornalista e rubro-negro desde os tempos de Ricky.
E-mail: tencerqueira@gmail.com
04/08/2010 Vitoria x Santos ao vivo aqui
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