sexta-feira, 19 de março de 2010

Faltou ao técnico Ricardo Silva a lupa Ray-ban

Comentários
foto tecnico ricardo silva, esporte clube vitoria, campeonato baianoQuem acompanha de perto o futebol, não pode ter recebido a notícia da suposta demissão do técnico Ricardo Silva como surpresa, especialmente por se tratar do futebol da Bahia que, tradicionalmente, sempre priorizou os medalhões do sul do pais

Culturalmente essas soluções são vistas como uma espécie de remédio caseiro, tipo aquela folha de boldo que sempre encontramos no quintal, quando não, improviso ou, simplesmente, contenção de despesas em épocas onde a seca se avizinha e a vaca demonstra pequenos sinais que pode emagrecer.

Essa seria a visão daqueles que administram os clubes. Já a visão do próprio torcedor não difere muita coisa, a intolerância é total já no primeiro deslize, no segundo empate, na primeira derrota num BaxVi. Talvez falte aos técnicos nativos uma linguagem mais apurada, uma lupa Ray-ban de aro dourado ou o poder de comunicação, capaz de convencer os torcedores através de um discurso recheado de palavras bonitas, ainda que inócuas e vazias, como fazem com mestria os técnicos René Simões e Sérgio Guedes, ambos alunos aplicados do finado Cláudio Coutinho.

Vencer os jogos, fazer o simples, falar o básico, liderar o campeonato, ultrapassar fase da Copa Brasil, ainda é muito pouco para o técnico de futebol nativo, que o diga Bobô, Charles, Péricles Chamusca e agora Ricardo Silva. É preciso também estar inserido num projeto de markentig, fazer a linha bacana, ser um facilitador de contratações este, ao menos, foi o justificado pelo deputado twittereiro, para a contratação do Renato Gaúcho como técnico do Bahia.

Aliás, a vida de técnico não é fácil nem mesmo para aqueles consagrados. Se antes tínhamos milhões de técnicos pelas arquibancadas ou na frente da TV, xingando a mãe do juiz quase sempre influenciados por poucos comentaristas esportivos descompromissados, hoje temos uma legião de especialistas em esquemas táticos, outros mestrados na engenharia do futebol, arquitetos com especialização em contra-ataque fulminante, ditando normas, criando regras, queimando o filme através de artigos em sites ou BLOGs da internet, acreditando que podem ensinar o Pai Nosso ao vigário, mesmo desconhecendo completamente a bíblia. Neste quesito, a torcida do Vitória está repleta de especialistas de tigela cheia e que, de alguma forma, contribuíram para a saída precoce do técnico Ricardo Silva, se confirmada.

Nenhum comentário :

Postar um comentário