O perigo é jogar fora tudo o que foi construído ao longo do ano, já que, nesse caso, vale a última impressão. Não estou pregando o apocalipse ou querendo dizer que tudo está ruim por causa de um resultado adverso. Seria injusto ficar preso a resultados esporádicos e não analisar o conjunto da obra.
Como um todo o ano está sendo até positivo para o Vitória, que está longe de ter um orçamento capaz de fazer com que assuma papel de protagonista em termos nacionais. Tem clube com muito mais capacidade de captar recursos que está passando sufoco sem fim.
O que salta aos olhos é a falta de compromisso em determinadas partidas, como a referida. E começando pela escalação equivocada feita pelo treinador. É preciso ser PhD em futebol para perceber que não dá para lançar Elkeson de titular, pois ao mesmo falta cancha? Não é a primeira vez que o garoto, dotado de potencial, demonstra nervosismo e falta de mais experiência para uma Série A. Assim se queimam nossos talentos e entramos no gramado com uma substituição certa a realizar.
Outro detalhe: nossos laterais titulares passam por fase ruim, mas os reservas são muito limitados para um time como o Vitória. Mais uma: é melhor que determinados jogadores, a exemplo de Ueliton, baixem um pouco a bolinha e joguem seu feijão-com-arroz. Estão muito longe de ser os craques que supõem. Além disso, é preciso que alguém lhes falem que dá para marcar o adversário sem ter que cometer falta toda hora, ficando quase sempre suspensos.
Ou o Vitória me contraria, ou o que deve ocorrer já está escrito. Perderemos para o Coritiba, time que a gente nunca derrotou no Paraná, por pior que seja a fase deles. Depois, devemos ganhar do Avaí, evitando, assim, a quarta derrota seguida e amenizando o princípio de ira da torcida. Aí vem a derrota certa para o São Paulo, time que a gente nunca venceu no Morumbi – aliás, nunca vencemos os quatro grandes de São Paulo no Campeonato Brasileiro como visitantes, o que impressiona e irrita.
Na sequência, um empatezinho contra o Barueri. Na penúltima rodada, no máximo empataremos contra o Fluminense. Fechando a campanha, devemos vencer o Goiás, com aqueles jogadores que ainda estão sem definição de permanência para 2010 querendo mostrar serviço para renovação de contrato. Ficaríamos, então, com os mesmos 52 pontos de 2008. Espero queimar minha língua, mas o Vitória tem essa triste mania de ser, na maioria das vezes, previsível. Estamos mudando isso aos poucos. Até lá, haja paciência!
José Raimundo Silveira/BarradãoOnline
Militar, jornalista e rubro-negro desde os tempos de Ricky
E-mail: tencerqueira@gmail.com
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