O mais recente é o caso da Premier League, como é chamada a liga inglesa de futebol. Fez o que parecia impossível: ultrapassou em negócios uma das joias da coroa do esporte norte americano: a NBA, a liga de basquete profissional dos Estados Unidos.
Os números são de assustar (aos brasileiros). Fechado o balanço da temporada 2007/2008, a Premier League (PL) divulgou seu faturamento: U$ 3,9 bilhões. É a mais poderosa liga de futebol do mundo e, por isso, seu modelo de negócio deve ser observado com atenção.
Primeiramente, a receita obtida com a televisão se mostrou o principal faturamento dos clubes. A PL distribuiu 938 milhões de Euros entre seus clubes, vinte ao todo. Além disso, disparou sua receita com os dias de jogos (material, alimentos e bebidas), coisa que os clubes brasileiros ainda nem sonham acontecer.
Outro projeto que se mostrou lucrativo foi a internacionalização de seu produto, uma vez que a audiência global alcançou 4,8 milhões de telespectadores em mais de 211 países. Os estrangeiros, nós brasileiros entre eles, foram responsáveis por 38% dos novos recursos distribuídos aos clubes.
Uma ação poderosa foi a distribuição do produto em diversas mídias, em especial celular e internet. Num mercado desenvolvido, claro, tudo fica mais fácil, mas, neste ponto, o Brasil caminha em ritmo acelerado rumo aos padrões tecnológicos do primeiro mundo.
O que falta mesmo é desenvolver nossa eficácia executiva. Faltam projetos sim, mas acima de tudo falta decência. Isso é o que mais me desanima. Não o suficiente para me fazer desistir e, por isso, prosseguirei tentando dar alguma contribuição ao nosso futebol e, especialmente, ao nosso clube.
Estamos longe da PL. Mais ainda da NFL (liga do futebol americano), que faturou U$ 7,1 bilhões, e da MLB (liga de beisebol dos EUA ), que faturou U$ 5,5 bilhões. A NBA, para constar, faturou U$ 3,8 bilhões.
Vale também dizer que a Liga inglesa, cujo símbolo é também um leão, tem seus problemas, como equipes que dão prejuízo ou que estão em busca de donos, mas, ainda assim, é o grande exemplo de hoje para o futebol mundial.
Vendo os números publicados na revista Forbes, não sinto inveja dos que lá estão. Afinal, a única coisa que me dá verdadeiro orgulho no esporte é ver meu clube vencendo e crescendo. Farei o possível para que façamos isso sempre: vencer e crescer. Obrigado por existir Vitória!
Ricardo Azevedo
Jornalista, é coordenador da Fundação Memorial do Vitória e conselheiro do clube. Na atual diretoria, exerce a função de diretor de marketing.
E-mail: blog.ricoazevedo@bol.com.br
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