Acompanhei o jogo pelo PFC como se soubesse que o resultado ruim poderia vir e que tudo deveria acontecer para que evidenciasse minha superioridade na leitura que faço do clube que um dia eu aprendi a amar. Mas, quando Leo Medeiros perdeu uma oportunidade clara de gol depois de Nádson desperdiçar um penal e assistir nossa torcida perseguir Juninho o jogo inteiro, eu jurei de morte a minha arrogância e senti o meu coração; queria que o Bahia empatasse pelo menos e se possível até virasse para que amanhã Juninho fosse o herói do jogo.
O que vi, entretanto, foi um absoluto silêncio e uma vontade de chorar na minha sala, onde também estavam protagonistas da minha paixão: meu pai e meu irmão. Nós três sem entender o que acontecia; o Bahia tinha o jogo nas mãos e apático não parecia se importar. Os semblantes dos jogadores expressavam a mais profunda falta de coragem e determinação para perseguir a vitória. Sim, falo em perseguir! Perseguir é a palavra certa porque perdeu o Bahia a vontade de buscar algo na competição de valioso, perderam o respeito por si mesmos.
O time psicologicamente está completamente arrasado e sem coragem para perseguir um resultado sequer de empate. Não podemos dizer que foi só o atraso de salários. Já vi jogadores com mais de 3 meses de salários atrasados conseguirem mais que uma vitória, conseguirem ascensão do seu time para uma divisão superior do futebol nacional. O que falta nesse time então? Os jogadores com a baixa auto-estima, com rostos marcados pela falta de opções são a regra. Muitos queriam poder deixar o clube agora, só que não podem. O pesadelo só começou, caso não queiram mudar seu comportamento.
Um torcedor passando mal e muitos chorando foi o final de um espetáculo que fecha o chamado setembro macabro na história do E.C.Bahia. Foram 4 derrotas sucessivas e um empate, agora mais uma. Nunca tinha visto o Bahia tombar dessa maneira como se estendido no chão, combalido, e ninguém ousasse lhe estender a mão para apoiá-lo e levantá-lo para voltar a tomar o seu rumo. As perspectivas sombrias de jogar a série "C" estão mais que perto, assusta-nos saber que a série "C" é um campeonato sem qualquer atrativo, um campeonato que começa depois e termina primeiro. O carro de Ananindeua que eu vi passar nas ruas retornou com toda a sua ironia para desfilar mais sofrimento nas lembranças que pareciam sepultadas de voltar para o porão do nacional.
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