O que parecia impossível aconteceu na partida contra o Camaçari, em 18/2. Estiveram presentes no estádio 3.001 “testemunhas”, que geraram uma receita total de R$ 25.275, contra uma despesa de R$ 27.510,86. “Esse foi o único jogo em que ficamos no vermelho, mas, no geral, não tem sido assim”, pondera o vice-presidente de futebol do clube, Jorge Sampaio. Mas o dirigente admite que a média de público ainda é inferior à esperada. Nos seis jogos disputados até agora no Barradão, 62.656 torcedores marcaram presença, o que dá uma média de 10.442. Isto graças ao Ba-Vi, quando 35 mil torcedores compraram ingressos.
Sem o clássico, a média de público do Vitória cairia para apenas 5.531 torcedores. “É muito pequena. Vemos isso com muito pesar, mas esperamos que o torcedor volte a comparecer ao estádio”, comentou Sampaio.
“Falta um grande título” As explicações sobre os públicos pequenos no Barradão já foram muitas – difícil acesso, falta de transporte coletivo, insegurança... Mas, com todas as melhorias feitas no entorno do estádio, o torcedor rubronegro agora tem um novo argumento para explicar a baixa frequência nos jogos. “O time está sempre fazendo o básico, mas, para o torcedor apaixonado, o básico não é o suficiente.
Falta um grande título, um título nacional”, opinou Felipe Ferreira, 23 anos, integrante da torcida uniformizada Os Imbatíveis. Ferreira ressaltou que a torcida Os Imbatíveis está presente em todos os jogos do Vitória, tanto no Barradão quanto no interior do Estado. “Nós fazemos nossa parte, mas a torcida fica com o pé atrás por não ter um título nacional. Enquanto isso não acontecer, vão só mesmo os fiéis de sempre”, comentou. “Só ganhar o Campeonato Baiano, fazer uma boa campanha na Copa do Brasil e ficar na 1ª divisão, só por ficar, não adianta”, acrescentou.
A estréia Para se ter uma ideia do tamanho do problema, o maior público conseguido pelo Rubro-negro foi na estreia do Campeonato Baiano, contra o Atlético de Alagoinhas. O jogo contou com a presença de 7.790 torcedores, o que gerou uma renda líquida de R$ 42.099,80. Mas, mesmo com todas as dificuldades financeiras,
Jorge Sampaio garante que o clube está conseguindo honrar os compromissos. “Estamos completando agora quatro anos com a folha totalmente em dia”, comemora.
A derrota
Para Felipe Ferreira, outro fator que pode ter afastado o público do Barradão foi o clássico Ba-Vi. Além dos problemas extracampo Ferreira apontou o resultado da partida. “Primeiro, ficou todo mundo lá apertado enquanto a torcida do Bahia estava folgada. Depois, quando achávamos que iríamos ganhar, perdemos de novo. Isso desanima”, resumiu. Matéria de Rafhael Carneiro do Jornal da Metrópole
O Estádio Manoel Barradas é um ótimo estádio, possui hoje no entorno capacidade para receber sua torcida e certo conforto. Na verdade, o que acontece não tem nada a ver com a torcida rubro-negra. A torcida rubro-negra se comporta de maneira semelhante à época em que o Bahia detinha a hegemonia do futebol bahiano. A torcida do Bahia em outras épocas também não se importava muito em lotar estádios contra Redenção, Leônico e Galícia. Agora, a torcida do Bahia, devido ao jejum de títulos, está mais fiel às arquibancadas; mas a torcida do Vitória marca presença se é para ratificar sua hegemonia nos Ba-vis e nos jogos importantes da primeira divisão.
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