Após a decisão do Campeonato Baiano, o presidente do Vitória foi categórico: não liberaria o atacante Índio antes do final da temporada, tampouco aceitaria sequer estudar qualquer proposta inferior a US$ 4 milhões pelo jogador.
Maior artilheiro do futebol brasileiro no primeiro semestre, com 26 gols, Índio era a maior aposta do clube para voltar à primeira divisão, de preferência, com os cofres reforçados por uma transferência de seu principal jogador para o exterior.
Foi muita pressão para o cearense Antonio Rogério Silva Oliveira, de 25 anos. Logo nos primeiros minutos da partida de estréia do Vitória pela Série B, contra o Avaí, ele sofreu uma contusão muscular. Ficou quatro dias afastado, mas quando voltou já não era o mesmo jogador que encantou a torcida comemorando cada gol com uma flechada imaginária em direção às arquibancadas.
Com atuações irregulares e apenas cinco gols marcados no segundo semestre, perdeu a condição de maior artilheiro do País para Fábio Oliveira - que já marcou 35 pelo Remo - e viu seu prestígio junto à torcida ofuscado pelas arrancadas do lateral Apodi, recentemente negociado ao Cruzeiro. Em pouco tempo, foi rebaixado para a reserva.
O que teria ocorrido para tão abrupta queda de rendimento em tão pouco tempo? O ex-técnico Marco Aurélio só fez aumentar a curiosidade ao alegar que Índio vinha passando por "problemas familiares" e por isso não havia relacionado o jogador para a partida contra o Gama.
"Andaram falando por aí que eu caí na farra, mas a verdade é que no Baiano eu jogava livre e na Série B a marcação é mais forte", argumenta.
O jogador também desmente o boato que associa sua decadência a uma suposta separação conjugal, embora reconheça que a mulher Katiane e os filhos Iara, de 7 anos, Iasmin, 5, e Eduardo, 2, estejam fora de Salvador há mais de 15 dias, justamente o período que ele vem se recuperando de uma lesão no músculo adutor da coxa direita. "Eles estão passando uma temporada em Fortaleza, mas depois voltam".
Sem disputar uma partida oficial há 40 dias, Índio só pensa em recuperar o tempo perdido. Ciente de que tem poucas chances na concorrida briga por um lugar ao lado de Joãozinho no ataque, ele está disposto a voltar às origens para cavar um lugar no time. "Já até conversaram comigo e eu disse que por mim, não tem problema, posso voltar a jogar no meio-de-campo", diz, referindo-se à posição em que começou a carreira, no Ipitanga.
Na verdade, Índio aceita até a jogar no gol. Para ele, qualquer posição em campo é melhor que submeter-se ao sofrimento de ficar assistindo seus colegas em ação do banco de reservas. No período em que ficou afastado, ele diz não ter visto uma única partida do Vitória, seja nas tribunas do Barradão ou pela televisão. "Quando estou em casa não ligo a TV pra assistir jogo do Vitória. Posso assistir qualquer outro, mas quando é o meu time eu fico muito nervoso", justifica.
Luiz Antônio Abdias, do Pelé.Net
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