Raras são as vezes que cedo a esses desejos da patroa, e toda vez que o faço sinto uma falta danada da antiga Superintendência Nacional de Abastecimento, olhar um cardápio indicando o preço de R$ 15,90 por uma água de coco dá vontade de correr para o primeiro orelhão e discar 198. Quase levantei da cadeira e abandonei o estabelecimento quando percebi que a long neck que estava bebendo custava R$ 12,90 cada uma, nesse momento rezei para a patroa escolher o prato mais barato do menu.
Cheguei em casa tão atordoado que nem lembro de ter adormecido no sofá segurando uma lata da cerveja barata que sempre tenho na geladeira, o pior foi que fui acordado pelos gritos do vizinho e só nesse momento percebi que jogo já tinha começado. Liguei a TV desesperado e vi que já vencíamos a partida aos três minutos, desse momento em diante eu só queria que o jogo acabasse. Ver o time todo retrancado esperando o adversário é uma das coisas que me dá uma angustia ordinária.
Apenas no início do segundo tempo foi que percebi que o time estava todo remendado com o volante que é zagueiro atuando na lateral direita e com o abençoado do goleiro reserva acertando dois lançamentos, quem disser que foi chutão não conhece nada de futebol, fenomenais resultando nos gols que nos deram o único resultado capaz de nos tirar da zona de rebaixamento. Ainda eufórico com a marcação do terceiro gol fui surpreendido com a seguinte pergunta da patroa: “Você não disse que não ia assistir jogo do Vitória com esse short que você comprou no Barradão domingo passado?”
Alex Oliveira, torcedor do Vitória e colaborador do BLOG.
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