Pessoal, antes de tudo, sobre essa polemica de ingressos mais baratos ou não, esqueçam essa idéia de lutar por uma massificação de ingressos a R$ 10,00 ou R$ 15,00. É fora da realidade do mercado. Mesmo para um estádio como Pituaçu é difícil cobrar pouco e manter a qualidade do equipamento. Se forem mantidos os preços que aí estão, e o consorcio FNP não engrossar os olhos e querer cobrar mais caro mais pra frente, já é uma grande conquista.
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O preço do ingresso para qualquer tipo de espetáculo (esportivo ou cultural) é pensado como preço médio. Mas para chegar até aí tem seu valor distribuído na tabela. O preço médio do ingresso aqui na Fonte Nova está em torno de R$ 26,00. Atualmente em São Paulo, com um cagado Paulistão, o preço médio do ingresso na capital está em R$ 60,00. Já são duas realidades completamente diferentes.
Eu penso que o preço do ingresso tem que acompanhar o nível da competição (seja de dificuldade, peso do títulos, momento da competição, enfim). Nessa ótica poderia-se trabalhar um preço mais em conta para o Campeonato Baiano, outro para a Copa do Nordeste e outro para Série B.
A possibilidade dessa variação tem duas consequências. A primeira é o efeito sanfona em que o torcedor se acomoda pagando mais barato (abaixo da realidade) e quando o ingresso retorna ao seu patamar, volta a achar isso um ultraje e não assimila o preço maior (sem levar em conta o desconto antes obtido).
O outro problema é o aumento abusivo para certos eventos. Vimos um Cruzeiro cobrar R$ 250,00 numa final de Campeonato Brasileiro e o Atlético Mineiro chegar a cobrar R$ 500,00 para uma final de Libertadores. É um absurdo de caro, mas eles comprovaram que o preço foi possível, pois havia uma demanda. O torcedor deles naquela situação estava disposto a pagar o que fosse necessário para ver o time Campeão. Será que aqui teria condições para esse extrapolamento?
Outra questão que vejo discutida é a necessidade de estádio cheio, voltando a beirar 100 mil. Outra besteira. Hoje não há possibilidade de "aconchegar" mais tanta gente, com segurança e qualidade nos estádios.
Antigamente também não se tinha, mas vivemos em outro tempo, onde são presadas outro nível de responsabilidades.
As Arenas são palcos projetados pare receber entre 40 e 70 mil. Raras exceções passam disso, como vemos gigantes da Europa jogando em estádios de até 50 mil.
De outro lado, a situação de um maior esvaziamento dos estádios também tem a parcela de responsabilidade da TV. Que atualmente são quem dominam os horários em que são disputados os jogos, e por dar ao torcedor a possibilidade dele acompanhar o evento direto de casa. O que de certa forma não é ruim, pois no estádio hoje também não há lugar para todo mundo, por motivos que falei antes de limitação de capacidade/espaço.
Além de ser a forma economicamente mais atrativa (considerando gastos com transporte, alimentação e ingresso). Logo, assistir pela TV também é contribuir com o clube que recebe a sua parte devido aos premios ganhos devido a arrecadação com assinatura e os ganhos de imagem (publicidade).
Sobre a "exclusão" do Povão, a massa tem que parar para pensar e entender que se atualmente ele não tem condições de estar lá em todo jogo pela situação financeira, tem que antes de tudo brigar e correr atrás para melhores condições de vida. Lazer é importante, mas a visão das as empresas é que não estão lá para prestar serviço filantrópico.
Se o Cidadão ganha o suficiente que lhe permita ir a um ou no máximo dois jogos por mês, o porque então ele tem que pensar que o certo é ter que ir a três, quatro ou mais jogos? Ou então o porque seria o correto ele ter que brigar para reclamar que o ingresso caia para R$ 10,00 reais para aí ele satisfazer esse "desejo" de estar lá em qualquer jogo?
Novamente friso, os estádios hoje não são mais projetados para receber todo mundo. Se o torcedor conseguir ir a um ou dois jogos por mês, isso para o clube já está de grande tamanho. Pois o que a instituição tem que conquistar é que mais torcedores pensem em um dia ao menos estarem lá, sempre que possível. Se 1,5% da população da cidade resolver ir a um jogo do Bahia, o que é um percentual irrisório diante ao evento, já é mais do que suficiente para encher o estádio, pois já são 50 mil pessoas. O restante, que representa a grande maioria da torcida e da população, estará em casa assistindo pela TV, Internet ou pelo seu radinho. Mas se o clube conseguir sempre motivar um total de pessoas que equivale a esses 1,5%, o sucesso de público no estádio está garantido.
O Torcedor tem que entender que existem diversas formas de colaborar com o clube ao qual ele torce. Seja se associando, indo ao estádio, assistindo pela TV, comprando exclusivamente produtos originais, participando do dia-a-dia acompanhando e se envolvendo com as campanhas e o que mais institucional for publicado em redes sociais. Enfim, esporte hoje não se reduz a bilheteria para o clube.
Principalmente se quem administra o estádio for um terceiro. No dia que o torcedor for mais consciente e entender isso, e não fechar os olhos para os benefícios e descontos que são garantidos para compra programada e antecipada, estará colaborando de fato com dias melhores para o clube que torce.
Ferro - Torcedor do Bahia e amigo do BLOG

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