Olá, irmãos rubro-negros! Desejo a todos um ótimo 2010 e que tenhamos uma caminhada feliz e livre de maiores adversidades. O ano começa e a direção do Vitória apresenta um comportamento diferenciado em relação às últimas temporadas, no que se refere ao assunto contratação de jogadores. Ao contrário dos famigerados pacotões de Natal e ano-novo, a postura é de cautela. Considero uma mudança positiva, desde que feitas necessárias ressalvas.
A posição cautelosa não deve ser confundida com lerdeza ou a tradicional “empurrada com a barriga”. Espero que esteja sendo feito um trabalho realmente criterioso de observação de possíveis reforços, seguindo a realidade financeira do clube. Mas também não dá para ficar atrelado à desculpa do dinheiro (ou falta de) para deixar de contratar.
A maioria dos clubes vive endividada e com escassez de recursos, mas nem por isso está deixando de se reforçar. Não é o caso de fazer mágica, trazendo gente sem caixa para tanto. Porém, se for pra ficar se lamentando, ao invés de buscar soluções criativas para qualificar o time, melhor dar lugar a outro e tocar sua vida pessoal sem esse encargo.
Entre os clubes de expressão, o Vitória é o que menos contratou. Melhor dizendo, de gente nova só trouxemos o zagueiro Vilson. Prefiro esperar ver o camarada atuar para tecer juízo de valor, mas os precedentes são pouco louváveis. Sobre o possível retorno de Uéslei, aí é que dá para ficar mesmo com o pé atrás.
O perigo da demora em contratar é ter que se acomodar com refugos. Minha amada mãe sabe produzir magistralmente verdadeiros banquetes com sobras de almoços e jantares. Mas poucos tem a capacidade de fazer tal alquimia. Dos nomes especulados, considero interessantes Marcelo Nicácio, Triguinho e Adaílton. Dando uma de gato-mestre, sugiro, ainda, os seguintes: Nunes (atacante, Santo André), Reis (atacante oriundo dos juniores da Ponte Preta) e Renan (volante que já foi nosso, dispensado pelo Atlético/MG).
No final das contas, o maior critério nas contratações é válido. O grande problema é ter peito para manter essa política, caso nosso começo não seja bom. Daí virão as críticas da torcida, a pilha da imprensa e a pressão sobre o técnico Ricardo Silva, aprovado pela arquibancada, mas sem caixa suficiente para segurar o rojão das cobranças. Tem que ter peito para segurar a onda.
Daí, vem o perigo de jogar o projeto no ralo, vir um caminhão de jogadores só para aquietar o facho, trazer um treinador medalhão e os erros de outros anos seriam repetidos. É o imediatismo batendo à porta. Nesse ponto, temos que ser inteligentes, como normalmente somos, e ter maturidade para apoiar o clube, seja qual for a circunstância. Tem sido nosso apoio incondicional que reergue o Leão e ajuda o barco a atravessar os mares nos dias de tormenta.
José Raimundo Silveira
Militar, jornalista e rubro-negro desde os tempos de Ricky
E-mail: tencerqueira@gmail.com
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