
Salário elevadíssimo, mamão com mel. Ele já era integrante do carlismo como deputado estadual, assim como seu antecessor e mestre, Osório Vilas Boas, o foi, além de ter sido vereador, e, como presidente da Câmara, literalmente mandar no Legislativo municipal. Osório foi uma figura interessantíssima. Não se fazia de rogado para alardear o seu poder político, com direito a nomear na Câmara quem bem entendesse. Mas era queridíssimo pela torcida do Bahia, a tal ponto de ser candidato a prefeito de Salvador, obtendo votação extraordinária com o slogan "Osório e o Povo contra o Resto". Eram muitos os candidatos e foi eleito o eng. Virgildásio Sena, derrubado pela ditadura. Era, reconhecidamente, um homem inteligente e hábil, embora sem o menor lastro intelectual e sem o menor senso de preservação pessoal. "Mancômetro", diria. Paulo Maracajá foi seu discípulo.
O cartola foi posto, então, no TCM, afastando-se da política e entregando seus votos ao chefe carlista para que ficasse longe do clube, o que jamais o fez. Foi sempre a iminência parda dos diversos presidentes. Ou vocês acham que Petrônio Barradas, o "Barradão" que hoje preside o clube, manda em alguma coisa? Quando, há menos de um mês, diante do arrocho do governador Jaques Wagner empenhado em libertar o Bahia e a sua torcida da cartolagem de quase meio século, apertou o cerco, eles resolveram fazer um acordo leonino com a oposição que, infantilmente, aceitou uma longa transição para realizar eleições diretas em 2011. O acordo que Paulo Maracajá queria, com tempo para se aposentar do Tribunal - cargo vitalício - e continuar com a coroa da decadência e da vergonha de um clube, que a mim me agrada e do qual fui conselheiro, renunciando-o com uma nota publicada na minha coluna, em "A Tarde", para não ter que me reportar a uma diretoria que não larga o osso. Pobre Bahia!
Nenhum comentário :
Postar um comentário