Questão de coerência: o que mudou em seis meses? Que fato significante pode ter alterado radicalmente a decisão tomada em 3 de dezembro de 2007, de dispensar o treinador do acesso cinco dias depois do retorno à Série B? Espaço aberto para a diretoria do Bahia, procurada insistentemente para responder à questão, mas trancada em reunião estendida por tarde e noite de ontem.
Celulares desligados, apenas Arturzinho respondeu. “Acredito que, por tudo o que passamos na Série C, não precisavam ter aquela atitude. Poderíamos ter continuado o trabalho. Fica comprovado agora que a questão não era financeira”, defendeu-se o novo-velho comandante tricolor, substituto de Paulo Comelli, comunicado, por telefone, de sua demissão na manhã de ontem.
Clara referência ao episódio de sua saída do clube, quando a imprensa chegou a revelar proposta salarial e prêmios por produtividade, algo em torno de R$50 mil mensais e outros R$500 mil em caso de acesso à elite, aluguel de casa e carro. O Bahia sequer fez contraproposta. Simplesmente anunciou desinteresse. A entrevista o Correio da Bahia, dia 4 de dezembro, teve tom de desabafo.
O discurso atual é conciliatório.
“Divulgar valores foi uma falta de ética. Alguém sabe quanto ganha o Vadão no Vitória? Isso não pode ser divulgado. E outra: eles me ofereceram essa mesma premiação no início do ano. Teve prêmio até para ser vice-campeão baiano”, alardeou, sem deixar de complementar. “Não quero mais ser bombeiro. Não quero mais apagar incêndio de ninguém, porque no final acabo queimado”, bombardeou Arturzinho. O discurso atual é conciliatório.
O técnico enumerou quatro fatores que pesaram no seu retorno: possibilidade de ascensão, do time e particular; proposta salarial; reconhecimento – tardio – do trabalho desempenhado ano passado; e a chance de voltar a Salvador. Assegurou que a conversa foi rápida. Telefonema pela manhã e o embarque no início da tarde. Enquanto vinha, o antecessor passou no Fazendão para tratar pendências.
Arturzinho afirmou que, mesmo com o torneio da Série B ainda no início, não será fácil reabilitar a equipe para, além de escapar de um possível rebaixamento para a Série C, brigar por um acesso à elite do futebol brasileiro. O treinador afirmou que só a união entre todos os segmentos do clube, desde a diretoria até os torcedores, poderá levar o time ao sucesso do projeto na temporada.
O treinador assegurou também que não pedirá nenhuma dispensa dos jogadores que compõem o atual elenco tricolor. "Todos serão mantidos. Se trouxer, vai chegar para somar, e não para diminuir". Arturzinho convocou também os torcedores do Bahia a voltarem a freqüentar os estádios para dar força ao time.
Primeiro coletivoNo primeiro coletivo o goleiro Darci, que pediu para deixar o clube no ano passado, incomodado em ser reserva de Paulo Musse, foi mantido na equipe titular no treino.
Se a volta do antigo comandante pode ter causado calafrios no goleiro, deve ter sido comemorada por outros jogadores como o volante Emerson Cris, que ganhou o colete de titular.
►Brasiliense 2 x 2 São Caetano

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