terça-feira, 15 de abril de 2008

Ba-Vi terá mais um capítulo para a história.

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No próximo domingo, 15, acontecerá o 424° confronto entre Bahia e Vitória na história. Conhecido como o maior clássico do Norte-Nordeste, o Ba-Vi é uma tradição na cidade de Salvador e o clássico teve início no dia 18 de setembro de 1932, com vitória do Bahia, por 3 a 0. O palco da maioria dos confrontos foi a Fonte Nova, que até o ano de 2007 abrigava o grande clássico. O Estádio agora já não tem mais condição de uso e está interditado.

O Esquadrão de Aço e o Leão da Barra já travaram grandes duelos que marcaram a história dos dois clubes. Dos 423 jogos disputados, o Bahia tem superioridade nos triunfos, são 171 vitórias do Tricolor, contra 126 do Rubro-Negro e em 126 partidas, o clássico terminou empatado. No decorrer da história a torcida Tricolor comemorou 571 gols em confrontos contra o rival e a torcida Rubro-negra vibrou com seu time 462 vezes.

A história do clássico se confunde com a história do futebol baiano, apesar de Bahia e Vitória terem construído uma rivalidade um pouco mais atrasada que a maioria dos clássicos no Brasil. Isso se deu pela profissionalização tardia do futebol no Vitória.

Apesar de ter sido fundado em 13 de maio de 1899 e criado o seu departamento de futebol em 1902, o clube só passou a dar importância ao futebol e se profissionalizar na década de 1950, foi quando o clássico tomou conta da paixão dos torcedores. O Bahia, fundado no dia 1 de janeiro de 1931, já nasceu com o slogan, “Nasceu para vencer” e assim foi pautada sua história dentro da Bahia.

Placares elásticos

Nesses 76 anos de clássico, grandes goleadas marcaram alegrias e tristezas da torcida baiana. No dia 8 de dezembro de 1939, a torcida Tricolor foi ao delírio com a maior goleada já aplicada no rival até os dias de hoje. O placar elástico de 10 a 1, em um jogo amistoso, disputado no Campo da Graça. A Fonte Nova só viria a ser construída em 1951. Nesse jogo marcaram os gols: Vareta (5), Tintas, Luiz Viana, Nandinho, Antenor e Nelson. O único gol do Vitória foi marcado Durval.

No Rubro-negro, a maior goleada estabelecida contra o rival foi no dia 2 de julho de 1948. O Vitória aplicou 7 a 1 e o jogo também foi de caráter amistoso e sediado no Campo da Graça. Nesse dia marcaram para o Vitória: Carlito (3), Jayme (2), Dario e Tombinho. O gol de honra tricolor foi de Gramacho.

Matadores

Grandes goleadores também marcaram história no clássico. O primeiro jogador a marcar um gol em Ba-Vi, foi Durval, na época atacante do Bahia, o jogador ainda fez mais um na vitória de 3 a 0 em cima do Vitória em 1932.

O atacante Vareta foi o grande goleador do Bahia. O jogador fez cinco gols, justamente, na maior goleada do Tricolor sobre o rival, em 8 dezembro de 1939, no Campo da Graça. No Vitória, quem fez história foi o atacante Índio, recém transferido para o futebol Coreano. Índio marcou quatro gols no triunfo do Vitória sobre o Bahia por 6 a 5, no dia 22 de abril de 2007, na Fonte Nova.

Massa baiana!

Uma das maiores características do Ba-Vi é a mobilização das torcidas. O clássico sempre foi marcado pela grande quantidade de público e a paz que era o diferencial dos torcedores baianos nos estádios. A parte reservada à torcida mista era sempre muito cheia e muitos torcedores iam ao estádio acompanhados de amigos do clube rival, sem o menor problema. Hoje as brigas entre torcidas têm aumentado e a paz, que outrora era vista nas arquibancadas baianas, não prevalece mais como antes.

O maior público já visto em Ba-Vi foi de 97.240 espectadores, o jogo aconteceu no dia 7 de agosto de 1994, no Estádio da Fonte Nova. Esse jogo terminou no empate por 1 a 1 entre as equipes.

Títulos!

Muitos Ba-Vi’s já decidiram títulos, mas o troféu de Campeão Baiano de 1999 acabou ficando na mão da dupla Ba-Vi, que dividiu o titulo após brigas intermináveis no tapetão.

O primeiro jogo da decisão era de mando do Tricolor e o segundo do rival. Como o estádio rubro-negro, o Manoel Barradas, estava em reforma, ficou definido que os dois jogos aconteceriam na Fonte Nova. O tricolor venceu a partida de ida, no Octávio Mangabeira, por 2 a 0, no dia 7 de junho daquele ano. Para o segundo jogo, o Vitória alegou ter concluído as reformas do Manoel Barradas e pediu à Federação Bahiana que transferisse a partida para lá. A FBF atendeu.

A diretoria do Bahia inconformada com a decisão da FBF solicitou ao Clube de Regatas Itapagipe que entrasse na Justiça comum pleiteando a realização do jogo na Fonte Nova. O “laranja” entrou com uma ação civil pública alegando que o entulho ainda existente no Baradão poderia significar risco para a segurança e integridade física dos torcedores, jogadores, enfim, para as pessoas envolvidas com a partida.

Dessa forma, no dia até o dia do jogo nada tinha se resolvido, e cada equipe foi a um estádio diferente. Enquanto o Bahia comemorava o título na Fonte Nova por WO, o Vitória fazia o mesmo no Barradão. A briga foi travada nos tribunais até o ano de 2005, quando a Federação nomeou os dois clubes vencedores da competição naquele ano.

Muitos jogadores fizeram nomes em finais de Ba-Vi, outros ficaram marcados por fracassos e também já houveram muitas brigas e confusões nesse grande clássico de multidões, mas isso é história para o próximo capítulo do especial Ba-Vi.

Felipe Esteves/AFI

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